Gostaria de refletir
sobre essa “função” de Candidato ao Sagrado Ministério. As dificuldades de um
Candidato ao Sagrado Ministério. Eu poderia passar páginas e páginas contando
minha longa e dolorosa jornada. Foram muitos caminhos tomados, muitas atitudes
mal tomadas, escolhas mal feitas e, também, mal orientadas. O caminho com
certeza é longo e doloroso. Afeta a vida de tal forma que alcança a saúde.
Quase fiquei tetraplégico com uma inflamação na medula e quase me matei quando
passei por depressão. Quando olhamos o passado e vemos o que vivemos,
deveríamos nos entusiasmar, pois a jornada tomou um rumo importante e decisivo.
E é sobre esse momento que eu gostaria de falar.
Quando um jovem vai
para uma faculdade, ele passa por dificuldades árduas. Se for um estudante que
estuda fora da cidade natal, fazendo com que o aluno perca o amparo doméstico
familiar, onde existe comida, cama e roupa lavada, o aluno termina a faculdade
e, sendo assim, tem mais do que se orgulhar. Concluiu o curso e agora, lembrando-se
das dificuldades passadas, encontra motivação para vivenciar a carreira
almejada. Ele possui um diploma que o capacita. Portanto, acrescentará em seu
currículo a sua graduação e, portanto, dependeria apenas dele.
Na caminhada do Candidato
ao Sagrado Ministério não é bem assim. Dentro dos esquemas legais da
instituição, na qual ele, o candidato, está inserido, ele passa por todos os
dilemas do estudante. Contudo, quando chega ao momento após a sua conclusão,
ele não depende de seu diploma. Ele não depende de si mesmo. Ele depende de um
tutor. Ele depende de uma pessoa que seria o vínculo de mediação entre o
Candidato e o Concílio. Contudo, dentro destes aspectos de mediação, o papel
exercido pelo candidato durante toda a sua trajetória nada vale. O que vale
realmente é o que ele se tornou com isso. Caso o Candidato não corresponda aos
parâmetros da Instituição, toda a sua carreira, sua jornada, suas dificuldades
passadas, todos os seus desafios superados, tudo aquilo que até determinado momento
se teve como vitória, não vale de nada. E agora?
Pois bem. Fui um
camarada muito gente boa. Sem demagogia. Apenas queria ser um bom Candidato
aderindo vontades e pensamentos daqueles que se diziam meus representantes. Não
havia política porque, creio que a política seja a correspondência de posturas
e pensamentos norteados por princípios. Quantas vezes me neguei, a mim mesmo,
apenas para ser o que queriam de mim. Esforcei-me e fui aprendendo. Quantas
vezes, depois de já haverem me distorcido diante das vontades pessoais, haviam
falado para que eu fosse mais eu. Queriam que o Candidato demonstrasse o que
pensa porque isso é importante. É o processo de amadurecimento, do caráter,
daquele que cuidaria de pessoas.

Terminamos uma etapa
que não significa nada no currículo porque se trata de um mundo que deseja que
sejamos apenas uma coisa. Que deseja que não sejamos (ser) alguma coisa na
vida. Apenas um Boneco Sorridente no colo de um Ventríloquo.
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